Ratos em portos brasileiros: um risco para a economia e a saúde pública
DOI: https://doi.org/10.6008/
Dr. J.R. de Almeida
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Editora Priscila M. S. Gomes
A presença de roedores em portos brasileiros representa um desafio significativo para a economia, transporte marítimo e saúde pública. Um estudo recente sobre o Porto de Paranaguá, um dos principais do país, identificou uma grande população de ratos, atraídos pelo acúmulo de resíduos e pela oferta abundante de alimentos.
Por que os Portos Atraem Roedores?
A fauna sinantrópica nociva, termo que define animais que vivem próximos aos humanos e podem causar prejuízos, encontra nos portos um ambiente ideal. Os ratos, em especial, se proliferam devido à presença de água, alimento e abrigo, fatores essenciais para sua sobrevivência.
Os resíduos gerados pelas operações portuárias, incluindo sucatas, restos orgânicos e materiais descartáveis, criam condições favoráveis para a infestação. Além disso, a ausência de predadores naturais nas áreas portuárias facilita o crescimento descontrolado dessas populações.
As Espécies Mais Frequentes
No estudo realizado no Porto de Paranaguá entre 2012 e 2014, três espécies de roedores foram identificadas:
- Rattus norvegicus (Ratazana): De grande porte, esse roedor habita áreas subterrâneas e costuma viver próximo a fontes de água.
- Rattus rattus (Rato de Telhado): Hábil escalador, prefere locais elevados como sótãos e telhados, sendo comum em áreas urbanas verticalizadas.
- Mus musculus (Camundongo): Pequeno e ágil, vive em habitações humanas e se adapta facilmente a diferentes ambientes.
Os Perigos da Infestação
Além dos prejuízos econômicos, com perdas de grãos e mercadorias, os ratos representam um risco sanitário, pois são vetores de doenças como leptospirose, hantavírus e salmonelose. O contato com fezes, urina ou mordidas desses animais pode comprometer a saúde dos trabalhadores portuários e da população em geral.
Medidas de Controle e Monitoramento
Para combater a infestação, foram implementadas ações de monitoramento e controle no Porto de Paranaguá, incluindo:
- Mapeamento das áreas mais afetadas;
- Instalação de armadilhas para captura e estudo dos roedores;
- Aplicação de questionários sobre o manejo de resíduos;
- Comparação com outros 20 portos brasileiros para análise da situação nacional.
O combate à fauna sinantrópica nos portos exige medidas contínuas de higiene, manejo de resíduos e monitoramento ambiental. A redução de fontes de alimento e abrigo para os roedores é essencial para minimizar os riscos associados à sua presença.
A pesquisa reforça a necessidade de políticas públicas eficazes para o controle desses animais e a garantia de um ambiente mais seguro nos portos brasileiros.
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