Considerações sobre o impacto ambiental causado pela extração de areia
DOI: http://dx.doi.org/10.22533/at.ed.3173382321116
Dr. J.R. de Almeida
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Editora Priscila M. S. Gomes
Extração de Areia: Uma
Atividade Essencial, Mas com Custos Ambientais
Nas minhas investigações sobre
os impactos ambientais, me deparei com um tema que costuma passar despercebido
por muitos: a extração de areia. Pode parecer algo simples ou corriqueiro, mas
os efeitos dessa atividade no meio ambiente são complexos e significativos.
A extração mineral é uma prática antiga, amplamente disseminada e essencial para o funcionamento da sociedade moderna. Basta olhar ao nosso redor prédios, estradas, obras de infraestrutura tudo depende, de alguma forma, da areia. Porém, essa dependência traz uma série de consequências que merecem nossa atenção.
Durante o estudo que conduzi,
analisei como a retirada de areia afeta o ambiente. A supressão da vegetação
nativa, as alterações na estrutura do solo, a compactação da terra, a
instabilidade das margens dos rios e o desequilíbrio da fauna local são apenas
alguns dos impactos mais evidentes.
A maior parte das áreas onde ocorre a mineração de areia são localizadas em fundos de vales e margens de rios, muitas vezes coincidindo com matas ciliares zonas que, segundo o Código Florestal brasileiro e a Resolução CONAMA 302/2002, são de preservação permanente. Ainda assim, uma resolução posterior, a CONAMA 369/2006, autorizou o uso dessas áreas para a atividade mineradora, considerando-a de interesse social. É aí que entra o dilema: até que ponto o interesse social justifica o dano ambiental?
Enquanto alguns impactos podem
ser considerados positivos, como a geração de empregos e a movimentação
econômica, os negativos também se destacam: perda de biodiversidade, degradação
do solo, alteração de cursos d'água e, principalmente, o comprometimento de
ecossistemas inteiros.
No decorrer da pesquisa, me chamou atenção o quanto é necessário um plano de manejo bem estruturado para que a atividade aconteça de forma equilibrada. Medidas mitigadoras, como a proteção das áreas de preservação, a criação de viveiros de mudas, o manejo da fauna, o armazenamento adequado do solo e a recuperação das áreas exploradas, são fundamentais para reduzir os danos.
O estudo também mostrou que os
impactos ambientais podem se dividir entre físicos, socioeconômicos e
biológicos. Ou seja, o efeito da mineração não se restringe à natureza ele
também atinge diretamente as comunidades que vivem próximas às áreas exploradas.
Apesar de todos esses
desafios, a conclusão a que cheguei é que, sim, a atividade de extração de
areia pode ser viável. Desde que exista o compromisso com práticas sustentáveis
e uma forte fiscalização, é possível extrair recursos naturais de maneira
responsável, conciliando desenvolvimento econômico com a preservação do meio
ambiente.
Essa é uma pauta que precisa
sair dos bastidores técnicos e ganhar espaço no debate público. Afinal, todos
nós dependemos da areia, mas também dependemos, e muito mais, da saúde do
planeta onde vivemos.
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