Estudo destaca a estrutura dinâmica das zonas praiais e sua importância ecológica
Dr. J.R. de Almeida
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Editora Priscila M. S. Gomes
Pesquisadores destacam em recente estudo científico a complexa subdivisão do ambiente praial, essencial para compreender a dinâmica costeira e os impactos ambientais sobre esse ecossistema sensível. O litoral, frequentemente associado apenas à faixa de areia visível aos banhistas, é, na verdade, composto por três setores distintos e interdependentes: o pós-praia (também chamado de berma), a face de praia (ou estirâncio) e a ante-praia (zona de arrebentação).
A berma é a porção mais elevada da praia, localizada acima da linha de maré alta. Essa faixa estende-se até encontrar formações naturais como falésias, dunas, terraços marinhos ou vegetações permanentes. É uma zona atingida apenas em condições extremas, como durante tempestades ou marés excepcionalmente altas. Por esse motivo, representa um importante amortecedor natural frente aos eventos climáticos intensos.
A face de praia, por sua vez, é a área intermediária entre o mar e a terra firme. Trata-se de uma faixa dinâmica, que permanece exposta durante a maré baixa e fica submersa nas marés altas. Essa zona é fundamental para diversos processos sedimentares e biológicos, além de ser altamente vulnerável à erosão e à ação humana.
Mais adiante, encontra-se a ante-praia, uma região permanentemente submersa que abriga a zona de surfe e de arrebentação local onde as ondas quebram de forma sucessiva antes de atingirem a faixa seca. Essa área compõe o chamado "prisma praial", e exerce papel-chave na dissipação da energia das ondas, protegendo as zonas mais internas do litoral. É ali que a energia das águas é distribuída, influenciando diretamente os processos de transporte de sedimentos e a formação da linha costeira.
Além de fornecer um panorama detalhado da morfologia litorânea, o estudo reforça a necessidade de monitoramento contínuo dessas zonas, sobretudo frente aos efeitos das mudanças climáticas e da crescente ocupação urbana em áreas costeiras. Compreender essa divisão funcional da praia é essencial para o desenvolvimento de políticas públicas voltadas à conservação e gestão costeira sustentável.
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