ESTUDO HIDROSSEDIMENTOLÓGICO E DA QUALIDADE DA ÁGUA NA FASE DE CONSTRUÇÃO DA PCH SACRE 2
Dr. J.R. de Almeida
[https://x.com/dralmeidajr][in
Editora Priscila M. S. Gomes
Estudo avalia impactos hidrossedimentológicos e da qualidade da água na construção da PCH Sacre 2
Pesquisadores analisaram os efeitos da implantação da Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Sacre 2, em Mato Grosso, sobre o regime hidrossedimentológico e a qualidade da água do rio Sacre. O trabalho destaca que qualquer alteração em uma bacia hidrográfica seja na vazão, profundidade do canal ou na quantidade de sedimentos em suspensão impacta diretamente a morfologia do rio, com reflexos sobre a biodiversidade aquática.
O inventário hidrelétrico do rio Sacre, realizado pela empresa Brasil Central Engenharia, identificou cinco possíveis aproveitamentos, somando potência instalada de 133,8 megawatts. Embora aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o levantamento não garante, por si só, a autorização para a exploração do potencial hidráulico. Isso porque, como em outros projetos de geração elétrica, a obtenção das licenças ambientais representa um dos maiores desafios.
Enquanto usinas termelétricas costumam ser erguidas em áreas urbanas, as hidrelétricas, em sua maioria, se instalam em regiões afastadas muitas vezes em áreas de preservação ambiental. Essa característica torna o processo de licenciamento mais complexo e, em alguns casos, inviabiliza a execução das obras. O exemplo mais emblemático é a usina de Belo Monte, no rio Xingu (PA), que enfrentou forte resistência de ambientalistas nacionais e internacionais devido ao risco de danos irreversíveis à natureza.
A PCH Sacre 2, autorizada pela Resolução nº 189/2004 da Aneel, apresenta uma proposta de menor impacto: aproveita o desnível natural do terreno sem a necessidade de grandes reservatórios, reduzindo assim alterações significativas no curso do rio. No entanto, especialistas alertam que mesmo nesses modelos é fundamental o monitoramento contínuo da qualidade da água e do transporte de sedimentos.
Esse acompanhamento faz parte do Plano de Controle Ambiental exigido periodicamente pelos órgãos ambientais. O objetivo é identificar, em tempo real, possíveis modificações no ecossistema e estabelecer medidas de mitigação para assegurar que o empreendimento avance de forma sustentável, equilibrando a produção de energia e a conservação ambiental.
Fonte: [Revista Interdisciplinar de Ciências, DOI: 10.12957/ric.2014.11688]
Sem comentários:
Enviar um comentário