segunda-feira, 1 de setembro de 2025

Modelo matemático revela desafios no monitoramento de contaminação de água subterrânea por derivados de petróleo em Itaguaí (RJ)

 Modelo matemático revela desafios no monitoramento de contaminação de água subterrânea por derivados de petróleo em Itaguaí (RJ)

Dr. J.R. de Almeida

[https://x.com/dralmeidajr][instagram.com/profalmeidajr/][  https://orcid.org/0000-0001-5993-0665][https://www.researchgate.net/profile/Josimar_Almeida/stats][ https://uerj.academia.edu/ALMEIDA][https://scholar.google.com.br/citations?user=vZiq3MAAAAJ&hl=pt-BR&user=_vZiq3MAAAAJ]

Editora Priscila M. S. Gomes



A contaminação de águas subterrâneas por combustíveis derivados do petróleo é um problema crescente no Brasil e tem preocupado cientistas, órgãos ambientais e a população. Substâncias conhecidas pela sigla BTEX benzeno, tolueno, etilbenzeno e xilenos estão no centro desse debate. Presentes em combustíveis como gasolina e diesel, esses compostos oferecem riscos graves à saúde humana e ao equilíbrio ambiental, já que podem infiltrar-se no solo e atingir lençóis freáticos.

Um estudo recente buscou aplicar o modelo computacional BIOSCREEN, ferramenta amplamente utilizada em simulações ambientais, para prever a dispersão de contaminantes em um caso específico de vazamento. O cenário analisado ocorreu em um posto de combustíveis localizado no bairro Brisamar, em Itaguaí, região metropolitana do Rio de Janeiro. O local contava com cinco tanques subterrâneos um de álcool, dois de gasolina e dois de diesel cada um com capacidade de 15 mil litros. Um vazamento acidental levantou a preocupação sobre os possíveis impactos no solo e nos aquíferos da região.


De acordo com especialistas envolvidos no estudo, a eficiência de qualquer processo de remediação ambiental depende do conhecimento prévio dos parâmetros físicos e químicos do terreno. É necessário compreender como os contaminantes se movem pela água subterrânea, qual a extensão da pluma de poluição e, principalmente, quanto tempo levaria para que a qualidade da água fosse restaurada.

A proposta do trabalho era justamente testar a capacidade do BIOSCREEN em simular esses processos no terreno analisado. O modelo matemático permite prever, em condições ideais, a evolução de plumas de contaminação, oferecendo dados importantes para tomadas de decisão. No entanto, no caso de Itaguaí, a aplicação não alcançou os resultados esperados. O motivo, segundo os pesquisadores, foi a limitação dos dados experimentais disponíveis para alimentar o programa, o que comprometeu a precisão da simulação.

Apesar das dificuldades, o estudo reforça a urgência em investir em monitoramento ambiental de alta qualidade. Os compostos do grupo BTEX não apenas contaminam a água e o solo, mas também representam risco elevado à saúde: o benzeno, por exemplo, é reconhecido como cancerígeno. Além disso, essas substâncias são de difícil degradação natural, permanecendo por longos períodos no ambiente.

O caso evidencia o desafio enfrentado por cidades brasileiras que convivem com postos de combustíveis antigos e tanques subterrâneos sujeitos a vazamentos. Mostra também que, para além da aplicação de modelos matemáticos, a coleta de dados completos e precisos sobre o subsolo é imprescindível para o sucesso de qualquer ação de controle e recuperação ambiental.

Mais do que uma pesquisa acadêmica, trata-se de um alerta para autoridades e sociedade: sem o devido cuidado, acidentes como o de Brisamar podem comprometer recursos hídricos vitais, colocando em risco não apenas o meio ambiente, mas também a saúde das populações locais.

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