sexta-feira, 3 de outubro de 2025

A ação humana e os processos naturais que moldam o solo

 A ação humana e os processos naturais que moldam o solo

Dr. J.R. de Almeida

[https://x.com/dralmeidajr][instagram.com/profalmeidajr/][  https://orcid.org/0000-0001-5993-0665][https://www.researchgate.net/profile/Josimar_Almeida/stats][ https://uerj.academia.edu/ALMEIDA][https://scholar.google.com.br/citations?user=vZiq3MAAAAJ&hl=pt-BR&user=_vZiq3MAAAAJ]

Editora Priscila M. S. Gomes


Os movimentos de massa em encostas e taludes, formados por solos e materiais de regolito, representam um fenômeno geológico universal que ocorre sob a influência da gravidade. Dependendo da natureza do material, da topografia, do clima e da cobertura vegetal, esses movimentos podem se manifestar de forma quase imperceptível como na reptação, lenta e contínua ou de maneira abrupta, resultando em desmoronamentos e deslizamentos visíveis a olho nu.

Quando há intervenção humana, os riscos se ampliam. Alterações em encostas, provocadas por obras de construção, escavações, práticas agrícolas ou mudanças no sistema de drenagem, transformam diretamente a dinâmica natural desses processos. Um exemplo comum pode ser observado nos cortes abertos para a construção de estradas, em que o aumento da inclinação artificial dos taludes facilita a ocorrência de deslizamentos.

No campo da tectônica, destaca-se a subsidência do solo associada às atividades humanas. Essa depressão da superfície terrestre pode resultar tanto da injeção de líquidos no subsolo quanto da extração de minérios e outros sólidos. Embora seja um fenômeno natural em determinadas condições geológicas, tornou-se cada vez mais evidente em áreas exploradas pela atividade antrópica. Regiões como os Fens, na Inglaterra, os Everglades, na Flórida, e os Polders, na Holanda, já registraram episódios significativos de subsidência após extensos processos de drenagem. Situação semelhante pode ocorrer também em áreas irrigadas, onde sedimentos não consolidados, estáveis quando secos, perdem resistência intragranular ao entrarem em contato com a água, levando à compactação acelerada do solo.

Outro ponto crucial está na ciclagem de nutrientes minerais, processo no qual a intervenção humana se faz presente há séculos. Elementos como nitrogênio, fósforo, cálcio e potássio, além dos componentes dos ciclos hidrológicos e de inúmeros micronutrientes, desempenham papel essencial para a manutenção da vida e da produção de alimentos. No entanto, práticas agrícolas intensivas, uso indiscriminado de fertilizantes e outras formas de exploração têm modificado esses ciclos de forma significativa, alterando o equilíbrio natural dos ecossistemas.

Especialistas alertam que compreender esses fenômenos é fundamental não apenas para a prevenção de desastres ambientais, como deslizamentos e subsidência do solo, mas também para garantir a segurança alimentar e a sustentabilidade dos recursos naturais. A interação entre processos geológicos e atividade humana mostra que, embora o solo seja um recurso renovável em certa escala, sua degradação pode ser irreversível quando ultrapassa os limites da resiliência natural.


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