quarta-feira, 8 de outubro de 2025

Validade na Pesquisa Qualitativa: um Olhar Científico sobre a Coerência e a Confiabilidade dos Resultados

Validade na Pesquisa Qualitativa: um Olhar Científico sobre a Coerência e a Confiabilidade dos Resultados

 Dr. J.R. de Almeida

[https://x.com/dralmeidajr][instagram.com/profalmeidajr/][  https://orcid.org/0000-0001-5993-0665][https://www.researchgate.net/profile/Josimar_Almeida/stats][ https://uerj.academia.edu/ALMEIDA][https://scholar.google.com.br/citations?user=vZiq3MAAAAJ&hl=pt-BR&user=_vZiq3MAAAAJ]

Editora Priscila M. S.


A comunidade científica tem voltado sua atenção, cada vez mais, para a discussão sobre a validade em pesquisas qualitativas um conceito que, embora herdado da tradição quantitativista, adquire novos contornos quando adaptado a métodos interpretativos e descritivos.

De acordo com estudiosos da área, a validade de uma pesquisa representa a garantia de que o estudo realmente mede aquilo a que se propõe, mantendo coerência metodológica e apresentando resultados consistentes com a realidade observada (ONWUEGBUZIE et al., 2007). Em outras palavras, trata-se de um compromisso entre o pesquisador e a veracidade dos dados obtidos, assegurando que as conclusões sejam sustentadas por evidências confiáveis (KORO, 2010).

No contexto qualitativo, contudo, o conceito de validade não segue padrões rígidos ou universais. Ele é compreendido como um construto flexível, intrinsecamente vinculado aos objetivos, métodos e contextos de cada investigação. Ao contrário das pesquisas quantitativas, que buscam prever e generalizar, os estudos qualitativos têm como meta descrever, interpretar e compreender os fenômenos em profundidade (LEE et al., 2008).

Nesse tipo de abordagem, a validade está mais associada à coerência interna do processo investigativo à forma como as etapas da pesquisa se articulam para produzir uma narrativa consistente e fidedigna sobre o objeto estudado. Assim, a discussão divide-se entre duas vertentes principais: a validade externa, que enfatiza a credibilidade dos resultados e sua possível extrapolação para contextos semelhantes; e a validade interna, que se concentra na solidez do método e na coerência das interpretações (MORSE et al., 2002).

Em síntese, a validade em pesquisas qualitativas não se limita a comprovar a precisão de resultados numéricos, mas busca assegurar que as interpretações construídas reflitam de maneira fiel a realidade vivenciada pelos participantes e observada pelo pesquisador. Trata-se, portanto, de um compromisso ético e epistemológico com a autenticidade, a consistência e a profundidade do conhecimento científico.

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