quinta-feira, 19 de junho de 2025

Escurecimento do oceano

 Escurecimento do oceano     

Dr. J.R. de Almeida

[https://x.com/dralmeidajr][instagram.com/profalmeidajr/][  https://orcid.org/0000-0001-5993-0665][https://www.researchgate.net/profile/Josimar_Almeida/stats][ https://uerj.academia.edu/ALMEIDA][https://scholar.google.com.br/citations?user=vZiq3MAAAAJ&hl=pt-BR&user=_vZiq3MAAAAJ]

Editora Priscila M. S. Gomes



Um estudo liderado por cientistas da Universidade de Plymouth revelou que mais de um quinto do oceano global escureceu nas últimas duas décadas, fenômeno que pode ter impactos severos nos ecossistemas marinhos e na vida humana. O trabalho, publicado na revista científica Global Change Biology, analisou dados entre os anos de 2003 e 2022 e constatou que cerca de 21% da superfície oceânica apresentou significativa redução na penetração da luz solar.

Esse processo, conhecido como escurecimento do oceano, ocorre quando alterações nas camadas superiores da água limitam a profundidade à qual a luz solar consegue alcançar. As causas apontadas para esse fenômeno incluem mudanças na frequência e intensidade de blooms de algas, elevações nas temperaturas da superfície do mar e o aumento da poluição luminosa provocada por atividades humanas.


De acordo com o relatório, mais de 9% dos oceanos uma área comparável ao tamanho da África apresentaram uma redução de mais de 50 metros na penetração da luz. Em 2,6% da superfície analisada, a perda de luz ultrapassou 100 metros. Essa redução afeta diretamente organismos marinhos que dependem da luz para sobreviver, como plantas aquáticas e espécies fotossintéticas fundamentais na cadeia alimentar.

O Dr. Thomas Davies, coautor da pesquisa, alerta que o escurecimento do oceano pode comprometer serviços ecossistêmicos essenciais, incluindo a produção de oxigênio, a pesca e a regulação do clima. “Nossos resultados representam uma preocupação genuína”, afirmou o cientista, destacando que as consequências podem atingir o ar que respiramos, os alimentos que consumimos e os mecanismos naturais de combate à crise climática.


O professor Tim Smyth, chefe de Ciência em Biogeoquímica Marinha do Plymouth Marine Laboratory, acrescenta que algumas espécies marinhas podem ser forçadas a subir em direção à superfície para buscar luz, o que pode desencadear uma competição mais intensa por alimento e espaço. “Isso poderia provocar transformações fundamentais em todo o ecossistema marinho”, explicou.

Os cientistas alertam que o fenômeno do escurecimento dos oceanos exige atenção urgente da comunidade internacional, pois representa mais uma face preocupante das alterações climáticas globais. O estudo reforça a necessidade de monitoramento contínuo e de políticas públicas voltadas à preservação dos ambientes marinhos, que desempenham papel central na estabilidade ecológica do planeta.

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