domingo, 13 de julho de 2025

Balanço sedimentar é peça-chave para entender avanço ou recuo da linha de costa; impacto humano agrava quadro em diversas regiões

Balanço sedimentar é peça-chave para entender avanço ou recuo da linha de costa. Impacto humano agrava quadro em diversas regiões

 Dr. J.R. de Almeida

[https://x.com/dralmeidajr][instagram.com/profalmeidajr/][  https://orcid.org/0000-0001-5993-0665][https://www.researchgate.net/profile/Josimar_Almeida/stats][ https://uerj.academia.edu/ALMEIDA][https://scholar.google.com.br/citations?user=vZiq3MAAAAJ&hl=pt-BR&user=_vZiq3MAAAAJ]

Editora Priscila M. S. Gomes


O destino da linha de costa brasileira seja de avanço ou recuo está diretamente ligado a um fator crucial: o balanço sedimentar. Trata-se da dinâmica entre o aporte (entrada) e a retirada de sedimentos no ambiente costeiro, que define se uma praia será preservada, ampliada ou erodida com o passar do tempo.

De acordo com especialistas em geociências costeiras, a linha de costa recua quando há uma redução no volume de sedimentos disponíveis em determinada região. Esse processo, conhecido como retrogradação, geralmente vem acompanhado da erosão das praias, dunas e vegetações costeiras. Em contrapartida, quando os sedimentos são depositados em maior volume do que os que são removidos, ocorre a progradação ou seja, a linha de costa avança em direção ao mar, favorecendo a construção natural do litoral.

O equilíbrio entre essas forças é delicado. Para que haja erosão efetiva, é necessário que o balanço sedimentar seja negativo ou seja, mais sedimentos estão sendo removidos do que depositados. Já um suprimento contínuo e suficiente de sedimentos tende a manter a linha de costa estável.

O que determina esse balanço? 

Diversos fatores atuam nesse processo, desde as condições naturais como regimes de ondas, marés, ventos e correntes marinhas até intervenções humanas, que muitas vezes rompem esse equilíbrio de maneira irreversível. Obras de engenharia costeira, dragagens, construção de portos, ocupações irregulares e retirada de areia para uso comercial estão entre os principais causadores de desequilíbrios no sistema sedimentar.

O resultado desse descompasso é visível em várias regiões do país: praias que encolhem ano após ano, ecossistemas ameaçados e infraestrutura urbana em risco. A compreensão do balanço sedimentar e sua gestão adequada são essenciais não apenas para preservar o litoral, mas para planejar de forma sustentável as ações humanas em regiões costeiras.

Mais do que uma questão técnica, o controle desse processo torna-se um desafio ambiental e social de grande escala. Preservar o equilíbrio natural dos sedimentos é, hoje, uma das principais estratégias para frear o avanço da erosão e proteger o futuro do litoral brasileiro.

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