segunda-feira, 14 de julho de 2025

Construções, barragens, mineração e fenômenos climáticos estão entre os principais fatores que aceleram a perda de sedimentos nas praias

 Construções, barragens, mineração e fenômenos climáticos estão entre os principais fatores que aceleram a perda de sedimentos nas praias

Dr. J.R. de Almeida

[https://x.com/dralmeidajr][instagram.com/profalmeidajr/][  https://orcid.org/0000-0001-5993-0665][https://www.researchgate.net/profile/Josimar_Almeida/stats][ https://uerj.academia.edu/ALMEIDA][https://scholar.google.com.br/citations?user=vZiq3MAAAAJ&hl=pt-BR&user=_vZiq3MAAAAJ]

Editora Priscila M. S. Gomes


A erosão costeira, fenômeno que tem alterado significativamente a paisagem do litoral brasileiro, é resultado de uma combinação de causas naturais e intervenções humanas. O processo, que se manifesta pela retirada contínua de sedimentos da linha de costa, tem levado à diminuição de faixas de areia, destruição de ecossistemas e ameaça a áreas urbanizadas próximas ao mar.

Entre os principais fatores naturais e antrópicos associados à erosão, destaca-se a retenção de sedimentos pelas correntes de deriva litorânea. Esse transporte natural de areia ao longo da costa é frequentemente interrompido por obstáculos sejam eles naturais ou artificiais, como espigões, molhes ou plataformas. Quando posicionados a barlamar, esses elementos bloqueiam o fluxo de sedimentos e geram erosão a sotamar, ou seja, nas áreas situadas após o obstáculo.

Outro fator crítico é a construção de barragens em rios e a atividade de mineração de areia em seus leitos, que reduzem drasticamente o transporte de sedimentos até o litoral. Sem esse suprimento fluvial, as correntes marinhas deixam de redistribuir a areia ao longo das praias, comprometendo a estabilidade da linha de costa.

Também são relevantes as correntes de retorno que empurram os sedimentos em direção à plataforma continental adjacente. Esse fenômeno ocorre quando correntes de sentidos opostos convergem em um mesmo trecho da praia, formando células de circulação litorânea que removem sedimentos da faixa costeira.

A erosão pode ainda ser intensificada por frentes frias, que trazem marés meteorológicas e ondas de tempestades, além da diminuição do aporte de sedimentos arenosos da plataforma continental para a costa. Em eventos extremos, o impacto das ondas pode causar perdas imediatas e severas de material sedimentar.

Do ponto de vista antrópico, a urbanização desenfreada das orlas é uma das principais ameaças. A destruição de dunas e vegetações nativas, como a restinga, aliada à impermeabilização dos cordões arenosos com asfalto e concreto, impede o ciclo natural de reposição de sedimentos. A expansão urbana também avança sobre áreas sensíveis, como manguezais, planícies fluviais e lagunares, frequentemente aterradas para construção civil sob pressão especulativa.

Por fim, construções irregulares ao longo das margens de rios, especialmente próximas às suas desembocaduras, causam assoreamento e alteram os padrões naturais de drenagem. Esses impactos comprometem a renovação dos sedimentos costeiros e contribuem diretamente para o avanço da erosão.

Especialistas defendem que a mitigação desses efeitos depende de políticas públicas eficazes, gestão integrada do litoral e ações de conscientização que considerem o equilíbrio dinâmico entre o mar, os rios e as atividades humanas. Preservar os fluxos naturais de sedimentos é fundamental para garantir a resiliência das zonas costeiras frente às mudanças climáticas e à ocupação desordenada.

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