Erosão costeira avança sobre praias da Barra da Tijuca e Recreio, no Rio de Janeiro
Dr. J.R. de Almeida
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Editora Priscila M. S. Gomes
Nas últimas quatro décadas, as praias que compõem o arco-praial da Barra da Tijuca e do Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste do Rio de Janeiro, vêm sofrendo um processo contínuo de erosão costeira. Em alguns trechos da orla, já é possível observar o recuo visível da linha de praia, resultado de transformações ambientais associadas à ocupação urbana e à força natural do mar.
Especialistas apontam que um dos principais fatores para esse avanço da erosão é a urbanização desordenada das áreas de pós-praia, conhecidas como backshore, promovida pela Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro. A ocupação dessas regiões, que deveriam funcionar como zonas de amortecimento entre o mar e o ambiente construído, comprometeu a dinâmica natural da faixa litorânea.
Além disso, eventos oceânicos intensos, como as ondas de tempestade provenientes do quadrante sudoeste, têm acelerado o desgaste das praias. O impacto dessas ondas, somado à fragilidade causada pela supressão de áreas naturais, contribui para a retirada de sedimentos e a perda de faixa de areia.
Outro fator agravante é a expansão urbana da zona oeste sobre antigos cordões arenosos e regiões de lagunas, ecossistemas naturalmente frágeis e sensíveis às interferências humanas. Essa ocupação intensificou a vulnerabilidade do litoral, alterando o equilíbrio geomorfológico da região e ampliando os efeitos da erosão.
O cenário exige atenção imediata de autoridades e da sociedade, uma vez que o avanço do mar compromete não apenas a integridade ambiental das praias cariocas, mas também a segurança de infraestruturas, moradias e da própria população local.
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