Interferência antrópica e dinâmica natural intensificam a erosão costeira no litoral do Rio de Janeiro
Dr. J.R. de Almeida
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Editora Priscila M. S. Gomes
O litoral do Estado do Rio de Janeiro apresenta um quadro crescente de erosão costeira, resultado da sinergia entre processos naturais e interferências antrópicas. A atuação de ondas de tempestade, aliada à ocupação inadequada da zona de pós-praia (backshore) e da face de praia (shoreface), tem alterado significativamente o equilíbrio morfodinâmico dessas regiões.
Além da pressão urbanística sobre áreas naturalmente instáveis, destaca-se a intensificação do transporte eólico de sedimentos, essencial para a formação e manutenção de sistemas dunares. Esse processo tem sido comprometido pela instalação de obras de engenharia costeira, como barragens e guias-correntes (jetties), que promovem alterações no balanço sedimentar e na circulação hidrodinâmica local.
A conjugação desses fatores acarreta perda de volume de praia, recuo da linha de costa e maior exposição de infraestruturas urbanas a eventos extremos. O cenário demanda abordagens integradas de gestão costeira, com ênfase em diagnósticos geoambientais, planejamento territorial baseado em risco e intervenções sustentáveis que respeitem a dinâmica natural dos sistemas litorâneos.
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