Erosão costeira compromete ecossistemas, afeta populações e ameaça atividades econômicas em diversas regiões do país
Dr. J.R. de Almeida
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Editora Priscila M. S. Gomes
O avanço do mar e o recuo progressivo da linha de costa, impulsionados pela diminuição dos depósitos de sedimentos nas zonas litorâneas, têm gerado consequências alarmantes para o litoral brasileiro. O fenômeno, amplamente observado por cientistas e ambientalistas, vai além de uma simples transformação da paisagem: trata-se de um processo que compromete ecossistemas sensíveis, atividades econômicas estratégicas e a qualidade de vida de milhares de pessoas.
Entre os impactos ambientais mais visíveis está a degradação dos ecossistemas costeiros, especialmente a perda acelerada de áreas de manguezal biomas fundamentais para o equilíbrio ecológico, a proteção contra enchentes e a reprodução de espécies marinhas. A erosão também tem reduzido significativamente os terrenos disponíveis para expansão urbana, dificultando o planejamento e a ocupação segura das zonas costeiras.
Do ponto de vista social, a erosão costeira tem forçado o deslocamento de comunidades inteiras em razão das inundações frequentes e da instabilidade do solo. Em regiões turísticas, a perda de faixas de areia e a destruição de estruturas à beira-mar resultam na diminuição da atratividade local, com impactos diretos na geração de emprego e renda.
A intrusão salina nos aquíferos costeiros é outro efeito preocupante. Com o avanço do mar, a água salgada invade os lençóis freáticos, comprometendo a qualidade da água doce disponível para consumo humano, agricultura e uso industrial.
Além disso, o recuo do litoral afeta diretamente o mercado imobiliário. Imóveis antes valorizados por sua localização à beira-mar perdem valor comercial diante do risco crescente de erosão, alagamentos e desvalorização do entorno.
Diante desse cenário, especialistas alertam para a necessidade urgente de políticas públicas voltadas à proteção e ao uso sustentável das áreas costeiras. A adoção de estratégias baseadas em dados científicos, aliada ao planejamento urbano responsável e à preservação dos ecossistemas naturais, é vista como essencial para conter os danos e garantir a resiliência do litoral brasileiro frente às mudanças climáticas e às pressões antrópicas.
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