quinta-feira, 7 de agosto de 2025

Desmatamento altera drasticamente regime hídrico em Petrópolis, revela estudo

Desmatamento altera drasticamente regime hídrico em Petrópolis, revela estudo

Dr. J.R. de Almeida

[https://x.com/dralmeidajr][instagram.com/profalmeidajr/][  https://orcid.org/0000-0001-5993-0665][https://www.researchgate.net/profile/Josimar_Almeida/stats][ https://uerj.academia.edu/ALMEIDA][https://scholar.google.com.br/citations?user=vZiq3MAAAAJ&hl=pt-BR&user=_vZiq3MAAAAJ]

Editora Priscila M. S. Gomes


Um estudo recente alerta para as graves consequências do desflorestamento sobre o equilíbrio do regime hídrico na região metropolitana de Petrópolis, no estado do Rio de Janeiro. A pesquisa aponta que a cobertura vegetal exerce papel essencial na regulação do ciclo hidrológico e que sua redução significativa impacta diretamente na dinâmica das águas superficiais e subterrâneas, podendo gerar riscos ambientais e sociais de grandes proporções.

Segundo os dados analisados, a vegetação atua como um verdadeiro regulador natural do ciclo da água. Ao interceptar a precipitação e liberar a umidade de forma gradual para os cursos d’água, a vegetação contribui para a estabilidade das vazões ao longo do ano, evitando picos de enchentes ou períodos severos de seca. Essa função ecológica, no entanto, é seriamente comprometida quando há perda expressiva de cobertura florestal.

Na cidade de Petrópolis, a redução da vegetação nativa foi considerada alarmante. O estudo revela que a diminuição da cobertura vegetal de 58% para 39% provocou um aumento de 60% na vazão média anual dos rios e córregos da região. Essa elevação no volume de escoamento alterou o índice hidrológico local, elevando o índice de escoamento de 0,29 para 0,50 indicador que expressa maior propensão à perda de água por escoamento superficial em vez de infiltração no solo.


Além disso, os impactos também foram sentidos nas vazões extremas. A vazão mínima média anual apresentou um aumento de 86,3%, enquanto a vazão máxima média anual cresceu 49,9%. Esses números revelam uma tendência preocupante: sem a presença de vegetação para amortecer os fluxos hídricos, o sistema se torna mais vulnerável a eventos extremos, como inundações e estiagens, comprometendo a segurança hídrica da região.

Os especialistas alertam que esses efeitos não se limitam apenas ao meio ambiente. O aumento descontrolado das vazões afeta diretamente o abastecimento de água, o risco de deslizamentos, a erosão dos solos e até mesmo a qualidade de vida da população local. Com chuvas mais intensas escoando rapidamente, os mananciais não conseguem armazenar água de maneira eficiente, reduzindo a resiliência hídrica das cidades e aumentando os custos com obras de contenção e infraestrutura urbana.

Diante desse cenário, os pesquisadores defendem medidas urgentes de reflorestamento, proteção das áreas de recarga hídrica e planejamento urbano baseado em critérios ecológicos. “É imprescindível reconhecer que a vegetação não é apenas um elemento paisagístico, mas sim um componente estratégico na manutenção do equilíbrio ambiental e na gestão dos recursos hídricos”, aponta o estudo.

A região serrana fluminense, historicamente marcada por eventos climáticos extremos, exige atenção redobrada por parte das autoridades e da sociedade civil. A preservação dos remanescentes florestais e a recuperação das áreas degradadas são passos fundamentais para garantir um futuro sustentável e seguro, sobretudo diante dos desafios impostos pelas mudanças climáticas.

[https://www.editoracientifica.com.br/books/chapter/220609245]



Sem comentários:

Enviar um comentário

Estudo avalia impactos ambientais em estação de tratamento de efluentes da indústria de bebidas

  Estudo avalia impactos ambientais em estação de tratamento de efluentes da indústria de bebidas Dr. J.R. de Almeida [ https:// x .com/dral...