terça-feira, 12 de agosto de 2025

Estudo aponta níveis alarmantes de metais pesados em águas subterrâneas na sub-bacia do Rio Estrela, no Rio de Janeiro

Estudo aponta níveis alarmantes de metais pesados em águas subterrâneas na sub-bacia do Rio Estrela, no Rio de Janeiro

Dr. J.R. de Almeida

[https://x.com/dralmeidajr][instagram.com/profalmeidajr/][  https://orcid.org/0000-0001-5993-0665][https://www.researchgate.net/profile/Josimar_Almeida/stats][ https://uerj.academia.edu/ALMEIDA][https://scholar.google.com.br/citations?user=vZiq3MAAAAJ&hl=pt-BR&user=_vZiq3MAAAAJ]

Editora Priscila M. S. Gomes


Um levantamento científico recente revelou um quadro alarmante de contaminação nas águas subterrâneas da sub-bacia do Rio Estrela, localizada em Saracuruna, no município de Duque de Caxias (RJ). A pesquisa confirma que, em decorrência de décadas de intensa atividade humana, as concentrações de metais pesados ultrapassam, em muitos casos, os limites estabelecidos pela legislação ambiental brasileira, representando riscos severos para a saúde da população e para o equilíbrio ecológico.

Ao contrário de outros poluentes, os metais pesados possuem uma característica particularmente preocupante: são totalmente não degradáveis. Uma vez liberados no meio ambiente, acumulam-se nos solos, sedimentos e lençóis freáticos, permanecendo ativos por longos períodos e se incorporando à cadeia alimentar. Atividades como operações industriais, expansão urbana, tráfego intenso, mineração, disposição inadequada de resíduos sólidos e uso intensivo do solo para empreendimentos imobiliários estão entre as principais fontes de contaminação detectadas na região.

O estudo analisou amostras coletadas em cinco pontos estratégicos da sub-bacia, com base na Resolução nº 420/2009 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (), que estabelece padrões de qualidade para solo e água. Foram avaliados 18 metais incluindo alumínio, arsênio, bário, boro, cádmio, chumbo, cobalto, cobre, cromo, ferro, manganês, molibdênio, níquel, selênio, zinco, antimônio, mercúrio e prata. Os resultados revelaram concentrações elevadas em 15 desses elementos, muitos deles reconhecidos internacionalmente como perigosos à saúde humana e ao meio ambiente.

Grande parte da população local depende diretamente das águas subterrâneas para consumo doméstico, dessedentação de animais e irrigação agrícola. A presença crônica de metais como chumbo, mercúrio e cádmio pode causar danos neurológicos, problemas renais, distúrbios hormonais e até câncer. Para a fauna e a flora, o acúmulo desses contaminantes provoca desequilíbrios populacionais, reduz a biodiversidade e compromete ecossistemas aquáticos e terrestres.

Especialistas destacam que o histórico de contaminação da sub-bacia do Rio Estrela é resultado de um modelo de crescimento econômico pouco atento à preservação ambiental e à gestão responsável dos recursos naturais. A situação exige não apenas ações emergenciais de monitoramento e descontaminação, mas também uma reestruturação profunda nas políticas públicas de controle ambiental, fiscalização e saneamento.

A pesquisa serve como um alerta para a necessidade de maior transparência nos dados de qualidade da água e reforça a urgência de medidas integradas que unam poder público, comunidade científica, setor produtivo e sociedade civil, a fim de evitar que a poluição continue comprometendo a saúde de milhares de pessoas e a sobrevivência de ecossistemas vitais no Estado do Rio de Janeiro.

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