MONITORAMENTO ECOLÓGICO EM AMBIENTE URBANO EM ECÓTONE DE FLORESTA TROPICAL
Dr. J.R. de Almeida
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Editora Priscila M. S. Gomes
Monitoramento ecológico em ecótono de floresta tropical alerta para preservação em áreas urbanas
O avanço das cidades sobre áreas naturais tem colocado em evidência a necessidade de projetos paisagísticos com caráter ecológico, que vão muito além da estética e da urbanização convencional. Especialistas alertam que, em zonas de ecótono regiões de transição entre diferentes formações vegetais a responsabilidade ambiental deve ser ainda maior, pois essas áreas concentram grande diversidade biológica e desempenham funções vitais para o equilíbrio ecológico.
Na região da Mata Atlântica, um dos biomas mais ameaçados do Brasil, um projeto desenvolvido na área conhecida como “Quinta do Paraíso”, antiga fazenda localizada no Complexo da Serra dos Órgãos, chama a atenção para os desafios da restauração em ambientes urbanos. O terreno apresenta grande movimentação topográfica, com altitudes que variam de 920 a 1160 metros, revelando encostas abruptas, afloramentos rochosos e pequenas planícies aluviais. Essas condições tornam a adaptação do espaço ao paisagismo ainda mais delicada.
Embora extensas porções tenham sido desmatadas ao longo da história, a área ainda guarda ilhas de vegetação original, incluindo vestígios de Mata Atlântica primária e secundária. A preservação dessas manchas florestais é considerada estratégica, não apenas para a manutenção da biodiversidade, mas também para o controle climático local, a regulação hídrica, a proteção dos solos contra deslizamentos e a conservação de espécies vegetais de grande valor genético.
Pesquisadores destacam que o monitoramento ecológico em ambientes urbanos deve ser contínuo e estruturado, acompanhando a dinâmica natural e a capacidade de regeneração do ecossistema. Isso significa avaliar a recomposição da vegetação, a presença de fauna nativa, a estabilidade do solo e o retorno das funções ecológicas originais. Mais do que um requisito técnico, trata-se de uma exigência ética diante da crise ambiental que ameaça biomas inteiros.
A Mata Atlântica, que já cobriu cerca de 1,3 milhão de km² do território brasileiro, hoje resiste em fragmentos cada vez menores, pressionados pela urbanização e pela expansão econômica. Nesse cenário, a recuperação de áreas como a “Quinta do Paraíso” é vista como exemplo de conciliação entre planejamento urbano e preservação ambiental.
Especialistas defendem que projetos paisagísticos nessas regiões devem ser guiados por princípios ecológicos, garantindo que cada intervenção colabore para a reconstituição da fitofisionomia original, a conservação dos recursos naturais e a perpetuação da biodiversidade. Afinal, em tempos de mudanças climáticas e crise hídrica, o cuidado com áreas de transição florestal não é apenas uma questão local, mas um compromisso com o futuro da sustentabilidade urbana.
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