terça-feira, 21 de outubro de 2025

A Revisão Sistemática e a Responsabilidade Socioambiental: um olhar sobre a evolução histórica e científica da sustentabilidade

A Revisão Sistemática e a Responsabilidade Socioambiental: um olhar sobre a evolução histórica e científica da sustentabilidade

Dr. J.R. de Almeida

[https://x.com/dralmeidajr][instagram.com/profalmeidajr/][  https://orcid.org/0000-0001-5993-0665][https://www.researchgate.net/profile/Josimar_Almeida/stats][ https://uerj.academia.edu/ALMEIDA][https://scholar.google.com.br/citations?user=vZiq3MAAAAJ&hl=pt-BR&user=_vZiq3MAAAAJ]

Editora Priscila M. S.


A revisão sistemática de literatura tem se consolidado como um dos métodos mais rigorosos e confiáveis para a produção de conhecimento científico. De acordo com Cordeiro et al. (2007), essa metodologia tem como propósito responder de forma estruturada a uma pergunta de pesquisa, reunindo, avaliando e sintetizando resultados obtidos a partir de diferentes estudos. Trata-se de uma abordagem que vai além da simples leitura de textos: ela exige um processo minucioso de busca, seleção, análise e interpretação dos dados disponíveis. Como ressaltam De-La-Torre-Ugarte-Guanilo, Takahashi e Bertolozzi (2011), o sucesso de uma revisão sistemática depende de um planejamento cuidadoso, capaz de assegurar a validade e a confiabilidade dos resultados obtidos.

A literatura científica destaca que toda pesquisa sólida nasce de uma revisão criteriosa do conhecimento já existente. É por meio dessa etapa que o pesquisador compreende o estado da arte sobre determinado tema, identifica lacunas, reconhece tendências e define as bases conceituais e metodológicas de seu próprio trabalho. Segundo Webster e Watson (2002), essa prática permite construir uma visão ampla e crítica do campo de estudo, evidenciando padrões de convergência e divergência nas produções científicas, além de apontar caminhos para novas investigações. Assim, a revisão da literatura não é apenas uma etapa preliminar, mas um pilar essencial para o avanço científico.


Nesse contexto, a análise da responsabilidade socioambiental desponta como um tema central nas discussões contemporâneas sobre sustentabilidade. A compreensão desse conceito, que hoje integra o vocabulário das empresas e das políticas públicas, requer uma imersão histórica na evolução dos sistemas produtivos e das percepções sociais sobre o meio ambiente.

A trajetória dessa evolução remonta ao século XVIII, com o advento da Primeira Revolução Industrial na Inglaterra. Foi nesse período que o modelo capitalista de produção e extração de recursos naturais começou a se expandir, impulsionado pelo uso do carvão como matriz energética e pelo surgimento das máquinas a vapor. A intensificação da comunicação e das trocas comerciais entre diferentes regiões do mundo inaugurou uma nova era de transformações econômicas e sociais, mas também de impactos ambientais sem precedentes.

Com o avanço da industrialização, os processos produtivos passaram a gerar não apenas riqueza, mas também desigualdade social e degradação ambiental. O crescimento econômico, por muito tempo, foi visto como um fim em si mesmo, sem considerar os custos ecológicos e humanos que o sustentavam. Apenas no século XX, com o aumento da consciência ambiental e as primeiras crises ecológicas globais, começou-se a questionar a lógica do progresso ilimitado e a propor modelos mais equilibrados de desenvolvimento.

Nesse cenário, o conceito de sustentabilidade emergiu como resposta à necessidade de integrar crescimento econômico, justiça social e preservação ambiental. A ideia de responsabilidade socioambiental surge, então, como um desdobramento prático desse ideal: trata-se da incorporação de valores éticos e ecológicos às estratégias empresariais e às políticas de gestão pública. Em termos internacionais, essa noção se consolidou por meio de conferências e tratados que reforçaram o compromisso coletivo com o futuro do planeta.

Hoje, a responsabilidade socioambiental é vista não apenas como uma obrigação moral, mas como um diferencial competitivo e um instrumento de transformação social. Empresas e instituições que adotam práticas sustentáveis demonstram que é possível alinhar rentabilidade e compromisso com o meio ambiente, promovendo inovação, transparência e bem-estar coletivo.

A análise histórica e científica desse percurso revela que o desenvolvimento sustentável não é um ponto de chegada, mas um processo contínuo de reflexão e adaptação. A revisão sistemática, enquanto ferramenta científica, desempenha papel fundamental nesse movimento, permitindo que pesquisadores e profissionais compreendam a complexidade das relações entre economia, sociedade e natureza e, a partir disso, contribuam para um futuro mais equilibrado e consciente.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Avaliação de impacto ambiental ganha centralidade em debates sobre saúde humana, ecossistemas e políticas públicas

  Avaliação de impacto ambiental ganha centralidade em debates sobre saúde humana, ecossistemas e políticas públicas Dr. J.R. de Almeida [ ...