segunda-feira, 16 de junho de 2025

Rejeitos da construção civil viram alternativa verde ao cimento: Do pó ao cimento

 Rejeitos da construção civil viram alternativa verde ao cimento: Do pó ao cimento

Dr. J.R. de Almeida

[https://x.com/dralmeidajr][instagram.com/profalmeidajr/][  https://orcid.org/0000-0001-5993-0665][https://www.researchgate.net/profile/Josimar_Almeida/stats][ https://uerj.academia.edu/ALMEIDA][https://scholar.google.com.br/citations?user=vZiq3MAAAAJ&hl=pt-BR&user=_vZiq3MAAAAJ]

Editora Priscila M. S. Gomes



Engenheiros do Instituto de Tecnologia Shibaura, no Japão, desenvolveram uma alternativa inovadora e sustentável ao cimento Portland, utilizando dois resíduos industriais amplamente disponíveis: areia reciclada e o pó gerado pelo corte de materiais de revestimento, como cerâmica, fibrocimento e pedras. O resultado da pesquisa é um novo tipo de aglutinante, batizado de “solidificador de solo de alto desempenho”, classificado como um geopolímero.

A tecnologia foi projetada para reaproveitar rejeitos da construção civil, ao mesmo tempo que reduz a pegada de carbono da indústria da construção, uma das mais poluentes do mundo. O novo material mostrou-se capaz de estabilizar solos frágeis, superando os 160 kN/m² de resistência à compressão exigidos para aplicações estruturais, como fundações de edifícios, estradas e pontes.


Uma etapa crucial do processo é o tratamento térmico do pó de revestimento, realizado entre 110 °C e 200 °C. Essa etapa aumenta significativamente a reatividade do material, melhorando o desempenho do geopolímero sem a necessidade de grandes volumes de insumos.

Segundo o professor Shinya Inazumi, coordenador da pesquisa, “esta tecnologia representa um avanço significativo na produção de materiais de construção sustentáveis. Utilizamos dois resíduos amplamente descartados para criar um produto que atende aos padrões da indústria e, ao mesmo tempo, combate o desperdício e as emissões de carbono.”

Embora o novo material não substitua completamente o cimento Portland devido à limitação na disponibilidade dos resíduos, sua aplicabilidade é ampla. A equipe destaca o potencial uso em áreas urbanas e rurais, especialmente em regiões com solos argilosos problemáticos, onde métodos convencionais de estabilização são caros e ambientalmente prejudiciais.



Além disso, a rápida cura do material é considerada um diferencial importante, possibilitando sua aplicação em contextos emergenciais, como zonas de risco de deslizamentos. Os pesquisadores também sugerem seu uso na fabricação de blocos de solo estabilizado, oferecendo uma alternativa de baixo carbono ao concreto e aos tijolos cozidos.

“Ao desenvolver um solidificador geopolimérico a partir de fluxos de resíduos facilmente disponíveis, não estamos apenas oferecendo uma solução de engenharia sustentável, mas também redefinindo o valor dos subprodutos industriais em um cenário global de recursos limitados,” conclui Inazumi.

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