APLICAÇÃO DO MODELO PEIR NA AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS EM ECOSSISTEMAS ESTUARINOS
Dr. J.R. de Almeida
[https://x.com/dralmeidajr][in
Editora Priscila M. S. Gomes
Extremo Sul da Bahia: desenvolvimento econômico avança entre ecossistemas ameaçados
As regiões de Caravelas e Mucuri, no Extremo Sul da Bahia, tornaram-se foco de atenção de pesquisadores e ambientalistas devido ao acelerado processo de expansão econômica e aos impactos ambientais que acompanham esse crescimento. Situadas em uma faixa costeira de elevada riqueza natural, essas áreas abrigam ecossistemas variados que desempenham papel crucial no ciclo de vida de inúmeras espécies marinhas e terrestres.
Caravelas, em particular, possui um dos patrimônios naturais mais valiosos da América do Sul: o Parque Nacional Marinho dos Abrolhos. Considerado berço de biodiversidade, o parque é fundamental para a preservação de espécies ameaçadas e para o equilíbrio do ecossistema costeiro. No entanto, a região enfrenta desafios crescentes diante da intensificação do turismo, da pesca e da expansão de atividades econômicas.
Caravelas e Mucuri figuram hoje entre os principais polos de produção de celulose do país. A monocultura do eucalipto, associada às indústrias de papel e celulose, tem se consolidado como motor econômico, gerando emprego e renda para a população local. Ao mesmo tempo, pesquisadores alertam para as consequências ambientais desse modelo produtivo, que modifica a paisagem e exerce pressão sobre os recursos naturais.
Um levantamento bibliográfico realizado recentemente analisou dados atualizados sobre as duas regiões, incluindo informações demográficas, condições de saneamento básico e indicadores socioeconômicos. Os resultados mostram que Caravelas e Mucuri vêm registrando expressiva expansão territorial e econômica. A instalação de resorts, hotéis e novos empreendimentos turísticos reforça essa tendência, mas também amplia os riscos de degradação ambiental.
De acordo com os estudos, a dinâmica de crescimento nas duas localidades coloca em evidência um dilema cada vez mais presente no litoral brasileiro: como equilibrar o desenvolvimento econômico e a preservação ambiental em áreas de alta sensibilidade ecológica. A necessidade de avaliações ambientais contínuas e políticas públicas eficazes surge, assim, como um imperativo para garantir que a riqueza natural dessas regiões não seja comprometida pelas pressões do avanço industrial e turístico.
Sem comentários:
Enviar um comentário