AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS EM MANGUEZAIS
Dr. J.R. de Almeida
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Editora Priscila M. S. Gomes
Manguezais de Aracaju sofrem pressão crescente com avanço urbano
A região metropolitana de Aracaju, em Sergipe, tem vivenciado um acelerado processo de urbanização que, embora represente crescimento econômico e expansão populacional, vem gerando sérios impactos ambientais. Entre os ecossistemas mais afetados estão os manguezais, áreas reconhecidas por sua extrema importância ecológica, mas que se encontram em risco devido ao avanço desordenado das cidades.
De acordo com estudos recentes, os principais fatores que comprometem a integridade dos manguezais da região são as ocupações irregulares, o despejo inadequado de esgoto doméstico, o acúmulo de resíduos sólidos e a carência de políticas de conscientização ambiental voltadas para a população. Esses fatores vêm transformando ecossistemas frágeis em áreas vulneráveis, colocando em xeque a biodiversidade e os serviços ambientais que eles oferecem.
Os manguezais, considerados “berçários naturais” para diversas espécies marinhas e aves, desempenham papel essencial na manutenção da pesca artesanal, na proteção da linha de costa contra a erosão e no equilíbrio do ciclo de nutrientes nos ambientes costeiros. Entretanto, a expansão urbana desordenada de Aracaju tem acelerado processos de degradação que comprometem sua funcionalidade ecológica.
Dados levantados indicam que a rede de esgotamento sanitário da região permanece deficiente, situação que se repete até mesmo em áreas centrais da capital. O despejo de esgoto sem tratamento diretamente nos corpos d’água que alimentam os manguezais tem provocado a deterioração da qualidade da água e contribuído para a morte gradual de áreas importantes do ecossistema.
Pesquisadores e ambientalistas reforçam que a continuidade desse cenário pode trazer prejuízos não apenas à fauna e à flora, mas também à qualidade de vida da população local, que depende diretamente dos serviços ambientais prestados pelos manguezais. A poluição e a perda de biodiversidade impactam a atividade pesqueira, reduzem a capacidade de proteção natural contra enchentes e expõem as comunidades a riscos sanitários crescentes.
O estudo conclui que, diante da gravidade da situação, torna-se urgente a adoção de medidas preventivas. Entre elas, destacam-se a ampliação do saneamento básico, o fortalecimento da fiscalização das ocupações irregulares, o incentivo a projetos de educação ambiental e a criação de políticas públicas voltadas à proteção desses ecossistemas.
A avaliação evidencia que preservar os manguezais de Aracaju não é apenas uma questão ambiental, mas também social e econômica. Garantir a integridade desses ambientes significa assegurar qualidade de vida para a população atual e condições sustentáveis para as futuras gerações.
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